De pequenino se torce o pepino

Talvez por ter crescido na terrinha, por não existir internet nem programas de televisão e personagens tão "alternativas", fiquei tão orgulhoso e emotivo ao saber que o canal "ABC Family" mostrou, provavelmente, o beijo gay mais jovem da televisão.


Lembro-me perfeitamente quando vi o primeiro beijo do Kurt/Blaine no Glee, também fiquei assim, mega feliz. Não é pelo fato de ver dois rapazes a beijarem-se, “Queer as folk” mostrou muito mais do que isso (para quem nunca viu essa série, aconselho vivamente), mas por ser algo retratado de um forma normal. Talvez seja cliché e sei que é uma série, mas no meu tempo com 13 anos (idade das personagens da série “The Fosters”) em que eu já sabia que era gay, nunca na vida iria faz tal coisa, pois ter esse tipo de sentimentos não eram "normais".

 
Será difícil, não impossível, mudar a mentalidade dos meus pais por exemplo, mas fico feliz por alguém tentar mudar a mentalidade de uma nova geração. No outro dia vi num blogue a reclamarem que em muitas séries, os gays e tudo o que os rodeia não são bem retratados. Eu já fico feliz por termos direito de antena, por ser assunto, além de não sofrer de preconceito, sei que ele ainda anda por aí. 

Nunca tive intenções de mudar o mundo, mas sei que já mudei o das pessoas que me rodeiam. O facto de me relacionar, conviver e ter maioritariamente amigos héteros, fez, tanto a mim como a eles, abrir os horizontes e deixarmos de ser tão preconceituosos. Sou apologista que o preconceito vem da falta de conhecimento, por isso quando conheço alguém diferente de mim, gosto de falar e tentar entender a sua forma de pensar. Posso não concordar, nem acreditar ou fazer o mesmo, mas não sou pessoa de julgar (pelo menos tento não o fazer).

Eu sei que ainda falta algum tempo para que seja tudo normal na vida de um gay, mas os passinhos de bébe ajudam, certo?

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